MCI promove palestras e exibição de filmes na 16ª Primavera dos Museus

Publicado em: 20 set 2022
Museu das Culturas Indígenas

Em quatro encontros, que acontecerão entre 21 e 24 de setembro, líderes indígenas vão compartilhar saberes e discutir o contexto histórico dos povos originários a partir de quatro eixos territoriais: Amazônia Meridional, Mato Grosso do Sul, Nordeste e Xingu

Kaji Waurá, professor indígena graduado em pedagogia pela Licenciatura Intercultural da UNEMAT, irá ministrar palestra na quarta-feira (21/9). Foto: Renato Soares.

São Paulo, setembro de 2022 – O Museu das Culturas Indígenas (MCI), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim, vai participar da 16ª Primavera dos Museus promovendo um ciclo de eventos entre os dias 21 e 24 de setembro com o objetivo de compartilhar saberes ancestrais dos povos originários e fazer uma contextualização histórica, cultural e política de diversas regiões do Brasil a partir da perspectiva indígena.

Organizados em quatro eixos territoriais – Amazônia Meridional, Mato Grosso do Sul, Nordeste e Xingu –, os eventos contarão com exibição de filmes e palestras ministradas por líderes indígenas. Todos os encontros são gratuitos e possuem vagas limitadas, sendo necessária a inscrição prévia por meio do e-mail contato@museudasculturasindigenas.org.br.

Programação especial

No contexto do ciclo de eventos, o MCI irá sediar quatro encontros, todos com o tema central “Contextos Indígenas no Brasil”, mas cada um direcionado a um eixo territorial. As palestras acontecem sempre às 16h e a exibição dos filmes, sempre às 18h.

Na quarta-feira (21/09), ocorrerá o eixo territorial Xingu. Neste dia, será exibido o filme “Kamo e Kejo”, dirigido por Ayakanukala Waurá, que narra as histórias dos Waurá, povo distribuído em duas aldeias no Parque Indígena do Xingu. A palestra fica por conta de Kaji Waurá, professor indígena graduado em Pedagogia pela Licenciatura Intercultural da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Kaji pertence ao povo Waurá.

Cena de “MA’ E YYRAMÕI – MAR À VYSTA”, filme de Juão Nyn. Foto Frame do vídeo

Quinta-feira (22/09) será a vez do eixo Nordeste, que contará com a presença do multiartista Juão Nyn. Nascido em Natal (RN), ele tem licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e trabalha com performance, teatro, cinema e música, sendo também ativista comunicador do movimento Articulação dos Povos Indígenas do RN (APIRN) e integrante do Coletivo Estopô Balaio de Criação, Memória e Narrativa, da Cia. de Arte Teatro Interrompido. Nesse dia, será exibida a gravação de peça teatral “MA’E YYRAMÕI – MAR À VYSTA”, de sua autoria, encenada em Guarani Nhandeva com legendas em Português. A obra trata da cultura, do modo de vida e da cosmovisão dos Guarani mais antigos. 

Cena de “Xipi käja: nossos alimentos saudáveis”, filme de Tipuici Manoki. Foto: Frame do vídeo

Já o encontro de sexta-feira (23/09) será dedicado ao eixo Amazônia Meridional, com exibição do filme “Xipi käja: nossos alimentos saudáveis”, dirigido por Tipuici Manoki, que também dará a palestra do dia. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Tipuici Manoki mora na aldeia Treze de Maio, na Terra Indígena Irantxe (Brasnorte/MT). Com trabalhos focados em cinema e comunicação popular e indígena, realiza filmagens desde 2009. Para a profissional, o cinema indígena ajuda a contar a verdadeira história de luta dos povos originários e dá voz aos que foram calados desde o início da colonização, criando registros de existências e resistências indígenas. O filme que será exibido no museu apresenta um relato de sobrevivência do povo Manoki durante a pandemia do coronavírus a partir do consumo de alimentos saudáveis.

Cena de “Experiência Indígena Pngati”, filme de Michele Perito Concianza Kaiowá. Foto: Frame do vídeo

Por fim, no sábado (24/09), o museu encerra sua participação 16ª Primavera dos Museus com o eixo Mato Grosso do Sul, que contará com a presença Michele Perito Concianza Kaiowá, que irá ministrar a palestra do dia e também exibir o filme em que atuou como diretora, “Experiência Indígena Pngati”. Formada em Direção pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro, ela pertence ao povo Guarani kaiowá. Seu trabalho visa criar estratégias de resistência e existência para os povos indígenas do Mato Grosso do Sul (MS), fortalecendo a luta pelo território tradicional e pela democracia midiática. Participou do projeto Nhemongueta Kunhã Mbarete, trocas de vídeo-cartas com Graci Guarani, Michele Kaiowá e Patrícia Ferreira, Sophia Pinheiro, que foi comissionada pelo Instituto Moreira Salles durante a pandemia de Covid-19.

Sobre o evento

A Primavera dos Museus chega neste ano à 16ª edição celebrando dois séculos de Independência do país. Realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o evento propõe “Independências e museus: outros 200, outras histórias” como tema central.

A iniciativa promoverá uma série de encontros em instituições museológicas entre 19 e 25 de setembro. O tema da nova edição tem como objetivo reconhecer o relevante papel daqueles que são costumeiramente invisibilizados pela história oficial – mulheres, africanos, afrodescendentes, indígenas, sertanejos, ribeirinhos, entre outros – nas lutas pela independência do Brasil, oficializada em 1822.

O evento também vai abordar as demandas do tempo presente a partir das lutas das minorias por respeito e integração de suas culturas ao contexto nacional, recapitulando os desafios e os obstáculos que foram impostos a elas ao longo desses 200 anos.

Entende-se que ao buscar conexões entre espaços, temporalidades, histórias e experiências diferentes, abre-se um caminho para que sejam resgatados inúmeros processos de independências no Brasil. Dessa forma, a diversidade cultural, a liberdade de pensamento, a inclusão e a pluralidade de experiências e interpretações permitem renovar os olhares sobre esse tão relevante fato histórico.

Sobre o MCI

O Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) – Organização Social de Cultura – em parceria com o Instituto Maracá, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena. O MCI apresenta uma proposta inovadora de gestão compartilhada a ser construída ao longo da experiência, com o fortalecimento do protagonismo indígena. É em espaço de diálogo intercultural, pluralidade, encontros entre povos indígenas e não-indígenas, onde a memória da ancestralidade permitirá aos diversos povos originários compartilharem suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes e histórias. Uma conquista dos povos indígenas, ainda em processo de construção, neste território na cidade, aberto para que o público entre em contato com sua própria história, e com outras histórias do Brasil.

SERVIÇO

“Contextos Indígenas no Brasil – Xingu”
Data: quarta-feira (21/09)
Filme: “Kamo e Kejo”, dirigido por Ayakanukala Waurá, às 18h
Palestra: Kaji Waurá, às 16h
Entrada: Gratuita

“Contextos Indígenas no Brasil – Nordeste”
Data: quinta-feira (22/09)
Filme: “MA’E YYRAMÕI – MAR À VYSTA”, de Juão Nyn, às 18h
Palestra: Juão Nyn, às 16h
Entrada: Gratuita

“Contextos Indígenas no Brasil – Amazônia Meridional”
Data: sexta-feira (23/09)
Filme: “Xipi käja: nossos alimentos saudáveis”, dirigido por Tipuici Manoki, às 18h
Palestra: Tipuici Manoki, às 16h
Entrada: Gratuita

“Contextos Indígenas no Brasil – Mato Grosso do Sul”
Data: sábado (24/09)
Filme: “Experiência Indígena Pngati”, dirigido por Michele Perito Concianza Kaiowá, às 18h
Palestra: Michele Perito Concianza Kaiowá, às 16h
Entrada: Gratuita

Museu das Culturas Indígenas
Funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Ingressos:  R$15,00 (inteiro) e R$7,50 (meia entrada); gratuito às quintas-feiras
Agendamentos: https://bileto.sympla.com.br/event/74784/d/149212.
Local: Museu das Culturas Indígenas (R. Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo/SP)
Informações: (11) 3873-1541
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br

Redes Sociais:
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A meia-entrada é destinada para:

Estudantes; Jovens de baixa renda, com idade de 15 a 29 anos, mediante apresentação do ID Jovem; Pessoas com idade a partir de 60 anos; Aposentados; Pessoas com deficiência (meia-entrada estendida a 1 acompanhante).

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