Nesta quinta-feira (12/01), o Museu das Culturas Indígenas irá sediar evento sobre musicoterapia nativa. O evento será ministrado por Pedro Karaí Ruvixa, artista indígena da etnia Xukuru Kariri;
Já na próxima quinta-feira (19/01), Alberto Alvares Tupã Ra’y vai promover uma roda de conversa sobre seu trabalho audiovisual com diferentes povos indígenas do Brasil;
Ambos os eventos são gratuitos e aberto ao público geral
São Paulo, janeiro de 2023 – A arte indígena, para além de servir como expressão de um povo ou de determinada cultura, amplia as sensibilidades do público e se vale de saberes tradicionais para apresentar questões vitais à atualidade. É com essas premissas que foram pensados os encontros de musicoterapia e de cinema no Museu das Culturas Indígenas (MCI), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim. Ambos são gratuitos, abertos a público geral e estão previstos para ocorrerem, respectivamente, em 12 e 19 de janeiro.
Na próxima quinta-feira (12/01), às 15h, Pedro Karaí Ruvixa vai conduzir uma vivência de Musicoterapia Nativa. O intuito é usar o som de instrumentos nativos como possibilidade de fortalecer a conexão do público consigo mesmo – apresentando a arte como possibilidade terapêutica, dentro do que os indígenas chamam de medicina da natureza.
Artista indígena de etnia Xukuru Kariri, Pedro Karaí Ruvixa se vale de seus conhecimentos musicais – canto, violão, maracá e flauta – para realizar a musicoterapia nativa, uma técnica utilizada com frequência entre os povos originários. “Embora eu tenha adotado o termo ‘musicoterapia nativa’, esse trabalho é realizado milenarmente na cultura indígena. Nossos ancestrais praticam a musicoterapia em curas e rituais”, afirma.
“É o momento que entramos em contato com a natureza e com o espírito, renovamos a conexão com a nossa ancestralidade e com os astros. Além disso, a musicoterapia atua diretamente no relaxamento e promove o bem-estar”, explica.
Já o encontro da quinta-feira seguinte (19/01), a ser realizado das 18h às 20h, terá como tema central o cinema Guarani. Alberto Alvares Tupã Ra’y vai promover uma roda de conversa sobre seu trabalho audiovisual em aldeias distribuídas por diferentes estados do Brasil.
Cineasta indígena da etnia Guarani, Alberto Alvares Tupã Ra’y tem vasto currículo na produção, direção e fotografia audiovisual, participando diretamente de festivais de relevância nacional e internacional, como o DocLisboa e a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil.
Para o artista, “a câmera é como se fosse um segundo olho, um segundo ouvido, ela não é uma guardadora de imagem, ela é uma guardiã da memória. Através dela você vai ao encontro de sua história de vida, e a partir do momento que se filma, você também escuta, aprende e revisita o passado, o presente e até mesmo o seu futuro”.
Assim, no encontro o cineasta também irá refletir sobre a importância do olhar indígena no cinema. “Nos registros que faço em documental, muitas das vezes penso sobre a captura desse enquadramento, revelando o movimento e a presença do invisível dentro dos filmes que realizo na aldeia. Assim, as imagens capturadas conseguem revelar a importância do fortalecimento do saber coletivo do povo indígena”, explica.
O Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) – Organização Social de Cultura – em parceria com o Instituto Maracá, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena. O MCI apresenta uma proposta inovadora de gestão compartilhada a ser construída ao longo da experiência, com o fortalecimento do protagonismo indígena. É em espaço de diálogo intercultural, pluralidade, encontros entre povos indígenas e não-indígenas, onde a memória da ancestralidade permitirá aos diversos povos originários compartilharem suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes e histórias. Uma conquista dos povos indígenas, ainda em processo de construção, neste território na cidade, aberto para que o público entre em contato com sua própria história, e com outras histórias do Brasil.
Musicoterapia Nativa
Data: quinta-feira, 12/01
Hora: às 15h (horário de Brasília)
Entrada: gratuita
Cinema Guarani
Data: quinta-feira, 19/01
Hora: das 18h às 20h (horário de Brasília)
Entrada: gratuita
Funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Ingressos: R$15,00 (inteiro) e R$7,50 (meia entrada); gratuito às quintas-feiras
Agendamentos: https://bileto.sympla.com.br/event/74784/d/149212.
Local: Museu das Culturas Indígenas (R. Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo/SP)
Informações: (11) 3873-1541
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br
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