Nos sites das instituições administradas pela ACAM Portinari, educadores encontram boletins com conteúdos sobre os projetos sociais, culturais e educativos em andamento. São iniciativas que ajudam a promover conhecimento e reforçam os espaços museológicos como ambiente de aprendizado, reflexões e diálogos.
O Museu Casa de Portinari, por exemplo, destacou em seu último boletim a realização de “Pedalando com o Museu”, projeto extramuros que permite a integração entre o espaço, a cidade de Brodowski e o legado de Portinari. Já o Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro trouxeram informações sobre a manutenção de seu Centro de Referência e Pesquisa.
Materiais artesanais, jogos e brincadeiras para apoiar o trabalho do Núcleo de Transformação e Saberes estiveram no foco do boletim produzido pelo Museu das Culturas Indígenas. Já o Museu índia Vanuíre abordou as oficinas de férias, em que realizam atividades ligadas ao artesanato, contação de histórias, entre outros, sempre valorizando a cultura dos povos originários.
O Museu Casa de Portinari encerra 2023 com uma série de novidades, com destaque para a ampliação de seu espaço expositivo. Os visitantes podem visualizar novos objetos, textos e obras de arte. Um dos itens que mais chama a atenção é a carta original na qual o pintor, enquanto passava uma temporada em Paris, menciona sua saudade de Brodowski e se compromete pintar sua gente ao retornar ao Brasil.
Também são novidades, reproduções gráficas de desenhos feitos por Portinari para a Capela da Nonna e a carta de Mário de Andrade com comentários sobre as pinturas. Além desses conteúdos, há ainda afrescos e baixos-relevos, inéditos ao público, que podem vir a ser atribuídos ao pintor e que foram restaurados na casa ao lado do Museu, onde agora funciona o Centro de Pesquisa e Referência João Candido Portinari.
A ampliação inclui mais recursos tecnológicos e de acessibilidade, permitindo uma experiência única a todos os visitantes. As ações e mudanças foram desenvolvidas em celebração aos 120 anos de Candido Portinari.
No Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro uma exposição está despertando a curiosidade dos visitantes, em especial dos moradores de Campos do Jordão. Trata-se da mostra “Resgate Histórico e Cultural do Jordanense”, que permanecerá em cartaz durante todo o período de férias escolares de janeiro de 2024.
A exposição é parte do projeto “Resgate Histórico e Cultural do Jordanense – Compartilhar histórias para resgatar memórias e construir uma rede de afeto e reconhecimento”, em que educadores e crianças da Casa Abrigo II no Museu Felícia Leirner e Auditório Cláudio Santoro investigam o passado da cultura local.
O resultado desse trabalho estará em exibição no Centro de Pesquisa do Museu Felícia Leirner, de terça a domingo, das 09h às 18h.
Uma coleção de bonecas africanas e objetos artísticos confeccionados com materiais recicláveis compõe o acervo da exposição Caminhos inclusivos: a arte transformadora, no Museu H. P. Índia Vanuíre (MIV).
Os objetos em exibição foram criadas a partir de duas iniciativas inspiradoras conduzidas pelo MIV: o projeto “Olhar é o sentir pelas mãos”, que envolvem pessoas cegas e de baixa visão na criação artística na criação artística e o “Aguçando as memórias”, que conta com a participação ativa de idosos da comunidade na concepção de artefatos.
Destaque na mostra, as bonecas abayomi são produzidas com tecido negro, sem costura, sem olhos e sem estrutura interna — apenas com nós, dobraduras e cortes. São envolvidas com vestidos coloridos, cintos e turbantes.
Está disponível no site do Museu das Culturas Indígenas (MCI) o tour virtual da exposição Ygapó: Terra Firme. Com curadoria de Denilson Baniwa, a mostra sensorial traz produções contemporâneas de músicos indígenas com intervenções de diversos povos do Brasil e do exterior e reproduz a atmosfera de uma opy — casa de reza dos Guarani.
O tour começa no pátio do Museu e guia o visitante até o primeiro módulo da exposição. Em Terra Firme, a floresta é recriada com raízes que compõem as paredes – a combinação de ervas e folhas secas fazem alusão ao solo da mata. Um tronco no centro da sala sugere que a matéria orgânica de árvores caídas colabora para o nascimento de outras ainda mais fortes.
Músicas em ritmos produzidos por artistas indígenas marcam o segundo módulo de Ygapó ; mesmo em constante ameaça, as canções sugerem que a coletividade e o compartilhamento de saberes tornam possível o vislumbre de uma futura existência.
O Programa Sonhar o Mundo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, realizado por meio do Sistema Estadual de Museus de São Paulo (SISEM-SP), envolveu oficinas, seminários e programação artístico-cultural ao longo do ano. Atividades sobre racismo e práticas antirracistas nortearam as ações, cumprindo o propósito de articular e mobilizar pautas sobre a atuação dos museus em respeito e defesa dos direitos humanos.
A programação coletiva do programa contou com a inscrição de 33 atividades artístico-culturais para debater o tema, na semana do Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12). No segundo semestre, 80 profissionais de museus e áreas correlacionadas, de 25 municípios paulistas, participaram dos encontros “Possibilidades de construções antirracistas”.
No mês de julho, o seminário virtual “Performances museológicas para além da eloquência antirracista”, dividido em três dias, também mobilizou dezenas de interessados, principalmente profissionais do campo museal.