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Edição 181 | Ano 15 | Setembro 2025

Imagem com fundo claro e elementos gráficos discretos nas laterais. Na parte superior, centralizado, está o logotipo da ACAM Portinari acompanhado do texto Organização Social de Cultura. Logo abaixo, um retângulo azul-escuro apresenta, à esquerda, o texto Museus da ACAM participam da décima nona Primavera dos museus. À direita, em letras brancas, lê-se Museus e Mudanças Climáticas. Na base do retângulo, há um detalhe circular em tons quentes (amarelo, laranja e vermelho) e uma linha amarela fina logo acima. O conjunto destaca a participação dos museus da ACAM na Décima Nona Primavera dos Museus, com tema voltado às mudanças climáticas.

Primavera dos Museus mobiliza instituições em torno da pauta climática

A 19ª Primavera dos Museus, coordenada pelo Ibram, será realizada de 23 a 28 de setembro com o tema “Museus e Mudanças Climáticas”. No Museu Casa de Portinari, a programação inclui a atividade “Batalha Ambiental”, disponível durante toda a semana; a exibição, no dia 24, de um vídeo sobre estratégias de conservação de acervos; e a “Visita Educativa Sustentável”, agendada para o dia 27.

No dia 24, o Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro recebem a oficina de instrumentos musicais com materiais recicláveis, em parceria com o projeto Reciclaí. No dia 25, será realizada a oficina de brinquedos de papel com o educador Edu Lourenço. Já no dia 26, acontece a vivência “Natureza Comestível: Conhecendo as PANCs”, conduzida por Lucimara Guimarães.

Museu Índia Vanuíre promove três encontros – sempre às 9h e às 14h: no dia 23, uma reflexão sobre conservação de objetos naturais; no dia 24, o pesquisador Eduardo Dantas fala sobre reflorestamento comunitário; já no dia 25, representantes da Aldeia Tereguá apresentam projeto de reflorestamento indígena com espécies nativas.

No dia 27, das 10h às 12h, o Museu das Culturas Indígenas promove o ciclo “Museus em Diálogo: direitos humanos, memória e sociedade”, em parceria com o Memorial da Resistência e o Museu das Favelas. A atividade acontece no formato de caminhada pelo Centro de São Paulo, com ponto de encontro às 9h45 no Largo Páteo do Colégio, 148. O percurso propõe debates sobre justiça climática, racismo ambiental e as resistências das comunidades indígenas e periféricas diante da crise climática. Inscrições até o dia 25 pela Sympla.

Imagem com fundo claro e detalhes gráficos discretos nas laterais. Na parte superior, centralizado, aparece o logotipo do Museu Casa de Portinari. Abaixo, uma fotografia mostra um grupo de seis pessoas reunido em uma sala expositiva do Museu. No centro da sala, há uma vitrine de vidro com fotografias e objetos expostos. Ao fundo, sobre a parede branca, vê-se um trecho de texto manuscrito em letras cursivas. As pessoas observam atentamente a vitrine e interagem entre si, transmitindo um momento de apreciação e reflexão sobre o acervo.

Ciência e conservação se encontram na Casa de Portinari

O Museu Casa de Portinari recebeu o conservador Julio Moraes e a pesquisadora do Instituto de Física da USP Márcia Rizzutto em um encontro que destacou a importância do diálogo entre ciência e preservação. As visitas foram planejadas em conjunto, já que os estudos de conservação e restauro dependem dos dados levantados pela física para avançar nas propostas de preservação dos murais da Casa.

No âmbito do Programa Conexões Museus SP, Márcia apresentou uma palestra voltada a profissionais de museus, ressaltando como a pesquisa científica complementa a prática da conservação. Atendendo a um pedido da equipe técnica, iniciou também uma nova investigação sobre a relação entre os murais e os pigmentos utilizados por Candido Portinari.

Com quase quarenta anos de dedicação à coleção, Julio Moraes compartilhou experiências que enriqueceram a fala da pesquisadora e demonstrou entusiasmo com os resultados obtidos, em especial os relacionados à Capela da Nonna. O encontro reforçou a necessidade de manter viva a cooperação entre ciência e patrimônio para garantir a preservação do legado de Portinari.

 Imagem com fundo claro e detalhes gráficos discretos nas laterais. Na parte superior, centralizados, aparecem os logotipos do Auditório Claudio Santoro e do Museu Felícia Leirner. Abaixo, quatro fotografias em mosaico mostram diferentes atividades: no canto superior esquerdo, uma criança desenha com lápis de cor sobre uma mesa com folhas e materiais de arte; no canto superior direito, um mediador auxilia uma senhora sorridente em uma atividade manual com tintas coloridas; no canto inferior esquerdo, um grupo de pessoas ao ar livre coleta lixo e organiza sacos plásticos em meio à vegetação; no canto inferior direito, duas pessoas trocam sorrisos enquanto realizam uma atividade de artesanato em sala, com cola e pequenos enfeites sobre a mesa. A composição retrata ações educativas, ambientais e culturais promovidas pelas instituições.

Parcerias fortalecem projetos do Núcleo Educativo

O Núcleo Educativo do Museu e Auditório amplia sua atuação com iniciativas que unem educação, cultura e meio ambiente. Na Trilha Zig-Zag, em celebração ao Dia do Controle da Poluição, a equipe foi convidada a percorrer o caminho histórico e realizar a limpeza do local, em uma ação de conscientização sobre preservação e retirada de resíduos deixados pela ação humana.

Outra frente é a participação no curso extensivo de monitores do Carde – Arte Design Museu, em parceria com o Projeto República da UFMG. A iniciativa incentiva a troca de saberes e forma novos agentes culturais, ampliando o alcance educativo das instituições.

O setor também dá continuidade aos programas “Outono”, em um lar de idosos; “Todos no Museu”, com atividades na Casa Abrigo de Campos do Jordão, voltado ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social; e “Mais Sentidos”, desenvolvido na APAE do município e voltado ao público com deficiência, com propostas lúdicas e sensoriais. As ações fortalecem o papel do Núcleo Educativo na construção de experiências inclusivas e transformadoras.

 Imagem com fundo claro e detalhes gráficos discretos nas laterais. Na parte superior, centralizado, está o logotipo do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, em vermelho. Abaixo, uma fotografia mostra um notebook apoiado sobre uma superfície de madeira, cercado por plantas verdes. Na tela do computador, vê-se a página inicial da exposição virtual com o texto Bem-vindos à exposição virtual A Dança como representação do Povo Terena e Kaingang, de Kopenoti, Terra Indígena Araribá. Abaixo do título, aparece uma imagem menor de pessoas dançando em um campo aberto e um trecho explicativo sobre a exposição.

Exposição virtual revela a dança dos povos Terena e Kaingang

Já está disponível no site do Museu Índia Vanuíre a exposição virtual “A Dança como Representação dos Povos Terena e Kaingang de Kopenoti – Terra Indígena Araribá”. A mostra apresenta a dança como expressão cultural central das comunidades da Aldeia Kopenoti, traduzindo a ligação com a ancestralidade, a espiritualidade, a natureza e os laços comunitários que sustentam suas tradições.

Ao trazer esse patrimônio para o ambiente digital, a exposição amplia o acesso e promove diálogos entre diferentes públicos. Estudantes, educadores, pesquisadores e a comunidade em geral encontram no recurso uma oportunidade de conhecer e refletir sobre a diversidade cultural indígena do Centro-Oeste Paulista, fortalecendo o respeito e a valorização dessas práticas.

Mais do que uma mostra cultural, a iniciativa constitui um espaço de encontro entre mundos, em que a dança se afirma como linguagem viva e elo entre passado, presente e futuro. Ao documentar e difundir o significado das danças tradicionais, a exposição preserva memórias, transmite valores e reafirma a relevância dos povos de Kopenoti para a identidade plural do Brasil.

Imagem com fundo claro e padrões gráficos discretos nas laterais. Na parte superior, centralizado, está o logotipo do Museu das Culturas Indígenas em vermelho. Abaixo, uma fotografia mostra mãos trabalhando sobre uma mesa repleta de tiras de tecido coloridas, fitas e rendas em tons vibrantes de rosa, amarelo, preto e outros. As fitas se entrelaçam formando um emaranhado, sugerindo uma atividade coletiva de arte ou artesanato. Ao fundo, desfocados, aparecem outros materiais e ferramentas, como tesouras e rolos de fita, reforçando o ambiente criativo e colaborativo.

Manto coletivo: memórias compartilhadas no MCI

Museu das Culturas Indígenas recebeu a oficina de criação de um manto coletivo, realizada em parceria com o Museu da Pessoa, dentro da ação “Vidas, Vozes e Saberes em um Mundo em Chamas”. A proposta reuniu diferentes participantes para compartilhar experiências e registrar narrativas sobre os impactos das mudanças climáticas, as lutas por justiça socioambiental e as formas de resistência e cuidado que surgem nos territórios e comunidades.

A atividade foi conduzida por educadores e mediadores culturais das duas instituições, em um espaço de escuta e colaboração. Os presentes compartilharam suas histórias, narraram medos e incertezas frente à crise climática, mas também sobre sonhos de futuro, experiências de cuidado coletivo e soluções em construção nos territórios. Esse momento de troca inspirou a criação conjunta do manto coletivo, confeccionado com tecidos, linhas, tintas e resíduos reaproveitados.

O resultado é uma peça carregada de significados, que costura memórias individuais e coletivas em uma narrativa comum. Esse manto seguirá viagem até Belém (PA), onde será exibido no Museu do Estado do Pará (MEP), no Palácio Lauro Sodré, durante a COP30 – a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.