
Os museus administrados pela ACAM Portinari participam das discussões em torno da COP30 com iniciativas que destacam o compromisso das instituições com a sustentabilidade, a preservação ambiental e o diálogo entre ciência e saberes tradicionais.
Na primeira quinzena de novembro, o Museu Casa de Portinari fez a apresentação pública do seu novo Plano de Sustentabilidade e promoveu a palestra “Preservação de florestas e biodiversidade”, além da Visita Educativa Sustentável – Especial COP30.
Em Campos do Jordão (SP), o Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro realizam, no dia 29 de novembro, um plantio de mudas nativas, ação voltada à ampliação da cobertura vegetal e ao fortalecimento do equilíbrio ambiental na Serra da Mantiqueira.
Em Tupã (SP), o Museu Índia Vanuíre promoveu na primeira metade deste mês palestras e oficinas sobre reflorestamento e saberes indígenas como alternativas para enfrentar a crise climática, reunindo lideranças e ambientalistas em torno da recuperação ecológica.
Já o Museu das Culturas Indígenas, na capital paulista, realiza neste dia 15 o fórum internacional “YBEROHOKY: um encontro de águas, saberes e patrimônios”, que discute a preservação da água e a valorização das cosmologias originárias.

O Museu Casa de Portinari promove duas exposições que reforçam o diálogo entre arte, memória e educação. Em Brodowski (SP), a mostra do projeto “Portinari Vai à Escola” reúne produções de alunos da rede municipal que exploram o patrimônio cultural da cidade e a obra de Candido Portinari.
Em Batatais (SP), a exposição itinerante “Casas e Casos”, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo do município, apresenta o universo das miniaturas como forma de expressão e memória. As obras reproduzem cenários e lembranças que revelam fragmentos do cotidiano e a poesia dos pequenos detalhes.
A mostra “Portinari Vai à Escola” pode ser visitada até 30 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 16h, no Galpão das Artes (Rua João Brisotti, 128, Brodowski/SP). Já “Casas e Casos” segue até 31 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, na Galeria Agaso da Estação Cultura Editor José Olympio (Praça Dr. Antônio Teodoro de Lima, bairro Castelo, Batatais/SP). As entradas são gratuitas.

Os colaboradores do Museu Felícia Leirner e Auditório Claudio Santoro participaram da oficina “Construindo Práticas Antirracistas em Espaços Museológicos”, ministrada por Suzy Santos, educadora, historiadora, museóloga e gestora cultural. A formação integrou o ciclo de capacitações da ACAM Portinari e antecedeu o Mês da Consciência Negra, reforçando o compromisso das equipes com o respeito à diversidade e à equidade.
Durante a atividade, os participantes discutiram conceitos e estratégias para atuar diante de situações de racismo, com base em repertórios jurídicos, psicológicos e educativos. O encontro também proporcionou momentos de escuta e reflexão sobre o papel dos profissionais de museus na promoção de ambientes acolhedores e seguros.
A oficina resultou na construção coletiva de um posicionamento institucional voltado ao fortalecimento de práticas antirracistas, reafirmando o Museu e Auditório como espaços de diálogo, inclusão e transformação social.

O Museu Índia Vanuíre apresenta a mostra “Vozes da Terra”, em cartaz no Fórum de Adamantina (SP). A exposição reúne desenhos, colagens e textos de crianças de 4 a 14 anos da Escola Estadual Indígena Índia Maria Rosa, localizada na Terra Indígena Icatu, em Braúna (SP).
Desenvolvidas sob orientação de professores indígenas, as produções refletem a relação entre direitos humanos, meio ambiente e os modos de vida tradicionais, revelando o olhar das novas gerações sobre o território e a convivência com a natureza.
Resultado de uma parceria entre o Museu Índia Vanuíre, a escola e o Poder Judiciário, a iniciativa valoriza a educação escolar indígena como espaço de criação, expressão e fortalecimento da identidade cultural, reafirmando a sabedoria e o protagonismo dos povos originários. A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira até o final do mês, das 12h às 18h, na Avenida Adhemar de Barros, 133, Centro – Adamantina (SP).

Já está disponível no site do Museu das Culturas Indígenas o “Caderno de brincadeiras indígenas”, uma publicação que reúne mais de 20 jogos e cantigas tradicionais de diferentes povos originários. A obra integra a coleção “Cadernos de temáticas indígenas” do Centro de Formação do MCI e pode ser baixada gratuitamente.
O caderno apresenta jogos que fazem parte do cotidiano de povos indígenas e atravessam gerações, com instruções, contexto cultural e função pedagógica de cada prática. Entre os exemplos estão o jogo da onça, presente nas culturas Guarani, Yine e Boe; a brincadeira de lateni, da etnia Iny; e o jogo de cabeça, conhecido pelos povos Mỹky e Manoki. Cada atividade reforça valores como cooperação, respeito e fortalecimento de vínculos comunitários.
Com essa iniciativa, o MCI contribui para a implementação da Lei 11.645/2008, que determina o ensino da história e das culturas indígenas em espaços de ensino. O material será distribuído em encontros formativos para educadores promovidos pelo Museu para reforçar o potencial das brincadeiras indígenas como ferramentas pedagógicas e de ampliação de repertórios culturais.