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TENDÊNCIAS NA ÁREA DE MUSEUS SERÃO APRESENTADAS NO 10EPM

Publicado dia 16/07/2018 por Acam Portinari

Mesa de debates no dia 20 reúne Museu Vivo e CETIC.br

A programação do último dia de atividades do 10º Encontro Paulista de Museus (10EPM), 20 de julho, reserva, às 9h, a mesa de debates “Tendências na área de museus” – com participação de Lucimara Letelier, fundadora do Museu Vivo; e Luciana Piazzon Lima, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br). O maior encontro da museologia paulista ocorre de 18 a 20 de julho, no Memorial da América Latina, em São Paulo, e é uma realização do Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP), da Secretaria da Cultura do Estado, em parceria com a ACAM Portinari.

Na entrevista a seguir, as duas especialistas comentam quais são as tendências mais presentes aos museus na atualidade, opinam sobre como as instituições podem colocá-las em prática e qual a importância de tal debate ser feito no 10EPM. Confira AQUI a programação completa.

SISEM-SP: Quais tendências são essas?
Lucimara Letelier: As tendências principais para museus no mundo todo estão conectadas à ampliação do impacto social dos museus como centro de suas atividades. Há ainda as tendências de comportamento das pessoas e hábitos de consumo, cultura digital e de tecnologia, que impactam as escolhas prioritárias dos museus em relação às suas estratégias de atração e fidelização de públicos; e também como a sustentabilidade ambiental e econômica vem alterando os modelos de gestão e a forma de atuação dos museus, que começam a se conectar mais amplamente a uma agenda de regeneração, cidades em transição e formas mais colaborativas de gerar conhecimento e recursos financeiros.

Luciana Lima: Serão apresentados os resultados da pesquisa TIC Cultura, que trata da apropriação das tecnologias de informação e comunicação por equipamentos culturais brasileiros, incluindo os museus. Realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a pesquisa traz indicadores sobre uso de computador, Internet, presença em websites e redes sociais, digitalização de acervos, entre outros temas na interface, entre as tecnologias digitais, a gestão e o relacionamento com os públicos dessas instituições.

SISEM-SP: Quais são as iniciativas prioritárias aos museus, em especial os de pequeno e médio porte?
Lucimara Letelier: A mais necessária aos museus de pequeno e médio porte é a abertura para co-curadoria comunitária, pois parte de um princípio de interconexão local com as comunidades – o que é muito pertinente para museus em suas cidades e regiões. Muito do que se faz a partir desta perspectiva interliga os museus à agenda de desenvolvimento territorial e abre novas possibilidades de atuação, impacto social e sustentabilidade.

Luciana Lima: Em termos de infraestrutura, ainda é necessário ampliar o acesso às TIC, dado que 69% dos museus brasileiros possuem computador e 74% usam Internet. Também poderia ser ampliada a presença dos museus na internet por meio de websites (35%) e redes sociais (49%), sobretudo tendo em vista a comunicação com os públicos e a difusão das atividades e acervos das instituições. Em relação aos acervos especificamente, 58% dos museus brasileiros estão digitalizando ou já digitalizaram parte de suas coleções, mas apenas 37% os disponibilizam de alguma forma para o público. Os dados da pesquisa TIC Cultura revelam assim que as políticas públicas precisam ter foco no acesso às TIC por essas instituições, sobretudo por meio de investimento em infraestrutura e capacitação das equipes, para que as mesmas possam ampliar a oferta de bens e serviços culturais on-line.

SISEM-SP: Qual a importância de se debater o assunto em eventos como o 10EPM?
Lucimara Letelier: Fundamental, dada a importância que o EPM traz para as questões de direitos humanos em museus, de conexão com os públicos e participação comunitária legítima nas programações e a clareza do impacto social e territorial dos museus. E também para que os profissionais de museus paulistas possam ter conhecimento de como obter informações sobre casos, profissionais e projetos já realizados, que podem servir de inspiração e possibilidade de intercâmbio para os trabalhos que realizam. As tendências que delineiam caminhos para a sustentabilidade econômica são de grande importância para os museus no Brasil neste momento, incluindo os paulistas, devido à crise financeira que passamos e a redução de recursos públicos e corporativos. E as questões de inovação e integração com economia criativa são caminhos relevantes para a realidade do setor no Brasil.

Luciana Lima: Com relação à importância de se debater o assunto no evento, creio que seja uma oportunidade ímpar de apresentar os indicadores de acesso e uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para gestores e especialistas da área de museus, de modo que a pesquisa e a difusão do conhecimento gerado possam contribuir para o aprimoramento das políticas e da atuação das instituições.

SERVIÇO
Mesa de debates “Tendências na área de museus”
Onde: Memorial da América Latina, durante o 10EPM
Endereço: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda – São Paulo/SP
Quando: 20 de julho, às 9h
Informações: (11) 3339-8111

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